Indústria 4.0
Foi na edição de 2011 da Feira de Hannover que o conceito da Indústria 4.0 começou a ser revelado ao público em geral. A iniciativa, fortemente patrocinada e incentivada pelo governo alemão em associação com empresas de tecnologia, universidades e centros de pesquisa do país, propõe uma importante mudança de paradigma em relação à maneira como as fábricas operam nos dias de hoje.
As 3 primeiras revoluções industriais trouxeram a produção em massa, as linhas de montagem, a eletricidade e a tecnologia da informação, elevando a renda dos trabalhadores e fazendo da competição tecnológica o cerne do desenvolvimento econômico. A quarta revolução industrial, que terá um impacto mais profundo e exponencial, se caracteriza por um conjunto de tecnologias que permitem a fusão do mundo físico, digital e biológico.
As principais tecnologias que integram a Indústria 4,0 são:
- Internet das Coisas;
- Impressão 3D;
- Manufatura híbrida;
- Sistemas de simulação;
- Computação em nuvem;
- Sensores e atuadores;
- Big data;
- Sistemas de conexão entre máquinas;
- Infraestrutura de comunicação;
- Inteligência artificial;
- Robótica avançada.
Nessa visão de futuro, ocorre uma completa descentralização do controle dos processos produtivos e uma proliferação de dispositivos inteligentes interconectados, ao longo de toda a cadeia de produção e logística.
O impacto esperado na produtividade da indústria é comparável ao que foi proporcionado pela internet em outros campos, como no comércio eletrônico, nas comunicações pessoais e nas transações bancárias.
Tornar a Indústria 4.0 uma realidade implicará a adoção gradual de um conjunto de tecnologias emergentes de TI e automação industrial, na formação de um sistema de produção físico-cibernético, com intensa digitalização de informações e comunicação direta entre sistemas, máquinas, produtos e pessoas; ou seja, a tão famosa Internet das Coisas (IoT). Esse processo promete gerar ambientes de manufatura altamente flexíveis e auto ajustáveis à demanda crescente por produtos cada vez mais customizados.
Mas será que a indústria brasileira já está preparada para essa revolução?
Segundo pesquisa realizada pela Accenture, o uso de tecnologias ligadas à internet das coisas nos diversos setores da economia deverá impactar o PIB (Produto Interno Bruto) em aproximadamente US$ 39 bilhões até 2030. O ganho pode alcançar US$ 210 bilhões, caso o Brasil crie condições para acelerar a absorção das tecnologias relacionadas, o que depende de melhorias no ambiente de negócios, na infraestrutura, programas de difusão tecnológica, aperfeiçoamento regulatório, e quebra de paradigmas dentro das instituições e das próprias empresas, entre outros.